Locações ganham fôlego e cancelamentos de contratos caem no Estado

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 17/07/2021


Revertendo os números encontrados em abril pela Pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de SP (CRECISP), o levantamento de maio feito pela entidade mostra que o mercado de locação já respira um pouco mais aliviado.

Foram consultadas 908 imobiliárias em 37 cidades paulistas, que apresentaram um panorama das vendas e locações no Estado de SP, comparando resultados de maio e abril.

Em abril, o total de cancelamentos nos contratos de aluguel ultrapassava em 9,54% o número de novas locações assinadas no período. Ou seja, para cada 100 casas e apartamentos alugados em abril, cerca de outros 110 encerravam contratos de locação no período.

Em maio, a tendência se alterou bastante no Estado e a soma das chaves que voltaram para as mãos dos locadores foi equivalente a 84,85% do total de novos contratos. Assim, a cada 100 novos contratos de aluguel assinados, outros 84 foram cancelados.

Para o presidente do CRECISP, esse é um sinal de que, aos poucos, a vida vai tentando voltar ao normal, com a abertura gradativa do comércio, a retomada das transações imobiliárias e a população ganhando mais confiança na manutenção de seus empregos. “O número de imóveis alugados em maio foi 16,37% maior que o de abril, o que traz um saldo anual acumulado de 20,37%. Os locadores também conseguiram chegar a um consenso com seus inquilinos na questão do índice a ser usado para o reajuste locatício. Muitos preferiram evitar o IGPM que estava causando uma inviabilidade na renovação dos aluguéis. E a resposta do mercado foi imediata.”

As vendas também cresceram na comparação entre abril e maio. Os negócios sofreram uma expansão de 5,23% nesse período e com isso, o volume anual de vendas acumulado chegou a 9,61%.

Locações em alta em todo o Estado

As quatro regiões em que a Pesquisa CRECISP divide o Estado de SP apresentaram alta na quantidade de casas e apartamentos alugados entre abril e maio. Na Capital, o aumento foi de 13,04%; no Interior, de 12,86%; no Litoral, de 49,4% e na Grande São Paulo (que inclui as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Guarulhos e Osasco), de 18,68%.

Com isso, tanto aqueles inquilinos que têm apenas um imóvel para alugar quanto os grandes investidores passaram a ter boas expectativas para esse nicho do mercado.

A garantia locatícia mais utilizada em maio foi o fiador, com 38,08% das transações. Quase empatados na segunda posição vieram o seguro fiança (22,06%) e o depósito em poupança de três meses de aluguel (21,55%). Na sequência, fecharam o ranking a caução de imóveis (9,92%), a cessão fiduciária (4,32%) e os aluguéis sem garantia (4,07%).

Os descontos concedidos para a assinatura dos novos contratos ficaram menores de abril para maio. Nas áreas nobres das principais cidades consultadas, eles caíram 27,41% na comparação dos dois meses, passando de 10,91% para 7,92%. No Centro, tiveram queda de 10,37% (partindo de 10,61% para 9,51%) e nas demais regiões, diminuíram 12,29% (reduzindo de 12,37% para 10,85%).

Os inquilinos demonstraram preferência pelo aluguel de casas e apartamentos no valor de até R$ 1.200,00, que responderam por 58,68% dos contratos.

Vendas em alta

O comparativo de vendas estaduais de maio em relação a abril também foi positivo, fechando no azul em 5,23% e acumulando alta anual de 9,61%. Somente a Capital apresentou redução nos negócios de 12%. No Interior, houve aumento de 5,36%; no Litoral, de 17,16% e na Grande SP, aumento também de 13,97%.

Os negócios à vista aparecem na liderança das vendas estaduais de maio, representando 47,06%. Na segunda posição, ficaram os financiamentos concedidos por bancos privados, com 34,72% das vendas. A CAIXA ocupou o terceiro lugar, financiando 15,18% das negociações. Na sequência, aparecem as vendas diretamente com o proprietário (2,47%) e os consórcios (0,57%).

Casas e apartamentos no valor de até R$ 400 mil representaram a maioria dos negócios realizados em maio, com 55,60%. E os descontos concedidos pelos proprietários ficaram menores em maio na comparação com abril. Caíram 36,36% para os imóveis nas áreas nobres (de 8,03% para 5,11%); 4,83% na região central (de 7,46% para 7,10%); e 12,82% nas demais regiões das principais cidades consultadas (de 11,70% para 10,20%).