Fiscalização identifica fraude em imóveis do Minha Casa Minha Vida

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 13/07/2019


Uma equipe com 88 agentes de fiscalização do CRECISP esteve em Bauru para apurar denúncias de irregularidades em dois condomínios do Programa Minha Casa Minha Vida, a pedido do Ministério Público Federal. Foram realizadas visitas em 960 apartamentos, onde se constataram 78 situações irregulares.

Os agentes registraram que 50 unidades estavam desocupadas e o balanço também confirmou que 17 apartamentos haviam sido cedidos pelos mutuários a outras pessoas, 7 estavam alugados, 2 tinham sido vendidos e 2 estavam em situação de permuta.

Por serem unidades habitacionais destinadas à população de baixa renda e que contam com subsídios do governo, os imóveis que fazem parte do Minha Casa Minha Vida não podem ser comercializados, cedidos ou alugados antes de 10 anos, prazo necessário para a quitação da dívida pelo mutuário.

As irregularidades constatadas pelo CRECISP serão encaminhadas ao Ministério Público e à CAIXA, para que sejam tomadas as providências cabíveis em cada caso. O mutuário que negocia seu imóvel antes do prazo permitido corre o risco de perder a propriedade e de não poder mais participar de outro programa habitacional do governo.

A blitz do Conselho também teve o objetivo de checar uma possível participação de corretores de imóveis na intermediação dessas unidades, situação que não foi verificada no local.

De acordo com o procurador da República, Pedro Antonio de Oliveira Machado, a parceria do CRECISP é muito importante nessas ações e beneficia toda a sociedade, pois, “quando o uso destes imóveis é desvirtuado, há um prejuízo aos cofres públicos e, muitas vezes, obtenção de vantagem indevida pelo beneficiário, que acaba tendo lucro ao vender ou locar estas moradias”, detalhou o procurador.