Preços baixam e aluguel e venda de imóvel usado têm crescimento em SP

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 21/06/2019


As vendas de imóveis usados cresceram 18,83% e a locação de casas e apartamentos avançou 8,82% em abril comparado a março no Estado de São Paulo, sob impulso de um fator determinante para o bom desempenho dos dois mercados -  o preço. No quarto mês do ano, o índice Crecisp registrou recuo de 4,67%, maior queda de 2019.

O índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Conselho, já havia registrado queda em janeiro (- 0,77%) e em fevereiro (- 1.07%), porém aumento em março (+ 8,3%). O índice acumula aumento de 1,35% ao longo do primeiro quadrimestre.

“Os dois mercados estão pressionados pelo aperto na renda de candidatos à locação e à compra da casa própria, e é por isso que, a médio e mais longo prazos, os preços tendem a fazer uma curva declinante, em paralelo com a curva ascendente de vendas e locação mesmo nesse estado de estagnação econômica que o País vive”, explica José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP.

Essa curva ascendente de vendas e locação, segundo Viana, é consequência do “ajuste forçado” de preços que os proprietários de imóveis estão fazendo para vender ou alugar. “As pesquisas do Conselho mostram repetidamente que as vendas se concentram em imóveis de menor valor, que sem desconto não se fecha negócio e que quem não cede a essa depressão dos mercados fica com o imóvel fechado por muito tempo.”

Financiados na frente

Em abril, os imóveis usados vendidos com financiamento bancário somaram 46,36% do total de unidades comercializadas pelas 966 imobiliárias consultadas pelo CRECISP. Foi pouco mais que os vendidos à vista, com 44,47%. Os donos de imóveis venderam com pagamento parcelado 8,63% das casas e apartamentos que estavam em oferta nas imobiliárias. A participação dos consórcios imobiliários foi marginal, com 0,54%.

Os imóveis mais vendidos em abril, com 51,21% do total, foram os de preço final até R$ 300 mil, e maioria eram apartamentos -  63,61% do total. As casas somaram 36,39%.

Segundo a pesquisa CreciSP apurou com as imobiliárias, os descontos médios concedidos sobre os preços anunciados foram de 10,01% para os imóveis situados em bairros de áreas nobres das cidades, de 9,81% para os de bairros centrais e de 9,05% para os de bairros de periferia.