Uma mergulhadora que atua em resgate de pessoas no mar

Conheça a história da corretora de imóveis Luciana Maldonado, que mora em São José do Rio Pardo.

Os náufragos, na Ilha das Serpentes.

Os náufragos, na Ilha das Serpentes.

No barco, com os resgatados nem Itanhaém

No barco, com os resgatados nem Itanhaém

Luciana Maldonado Costa é uma corretora de imóveis inscrita no CRECISP e que atua no município de São José do Rio Pardo. De segunda a sexta, ela, que também é advogada, cumpre expediente numa imobiliária, mas é durante os finais de semana que exerce mais uma de suas maiores paixões: o mergulho.

Mergulhadora profissional desde 2012, Luciana teve sua primeira experiência no mar em 2008. “Sempre tive fascínio pelo fundo do mar”. Hoje, a corretora é também instrutora de mergulho, primeiros socorros e resgate, certificada pela NAUI (National Association of Underwater Instructors).

A profissional conta que o mergulho lhe deu muitas oportunidades de viagens incríveis e grandes experiências. “Quando era solteira, estive em lugares paradisíacos a trabalho, como a ilha de Fernando de Noronha.” Tanta bagagem fez com que Luciana fundasse, em 2015, sua própria escola de mergulho.

Hoje casada, a corretora ressalta o quanto a atividade de mergulhadora foi decisiva inclusive na sua vida pessoal. “Meu marido (Fábio Drago Costa) também é apaixonado por atividades aquáticas, me acompanha em tudo que faço, pois além de mergulhador, ele também é corretor de imóveis e bacharel em direito”, comemora.

De acordo com a instrutora, atualmente, a sua escola tem várias parcerias com clubes e empresas, além disso, o casal viaja bastante pelo Brasil, ministrando cursos e levando turmas para expedições aquáticas fascinantes.

S.O.S

Mas não só dessa mistura de trabalho com lazer vivem os mergulhadores. Luciana, o marido e seus colegas também concentram seus talentos e esforços para ajudar pessoas em situações limite. Salvar vidas está entre as atribuições mais nobres dessa mergulhadora, que está também engajada em trabalhos de resgate.

“A própria carreira no mergulho caminha naturalmente para o resgate. Antes de nos formarmos instrutores, temos que ter domínio nas técnicas de primeiros socorros e resgate (abrangendo não somente o ambiente aquático) ”, relata Luciana.

Ela conta que, como se identificou com essa possibilidade desde o início, acabou buscando mais cursos para aprender sempre mais, tanto na área do mergulho, como em outras áreas auxiliares como a enfermagem. “Estou cursando o último ano da faculdade, além de ter me tornado instrutora de mergulho adaptado para pessoas com deficiência”, fala a incansável corretora.

Toda essa preparação resultou em vidas salvas. Para ela, o caso mais emblemático e que ganhou bastante notoriedade pelo nível de dificuldade foi o incidente na ilha de Queimada Grande, também conhecida como Ilha da Serpente, localizada no município de Itanhaém.

Luciana conta que, no sábado de Carnaval desse ano (2019), ela e um grupo de mergulhadores, incluindo seu marido, saíram para um mergulho a passeio, quando acabaram por encontrar quatro pescadores náufragos, lutando pela sobrevivência. “Manoel, Iranildo, Ivan e Elenilson cruzaram nossos destinos para termos uma bela experiência de vida, uma história para contar aos filhos e netos”, diz, emocionada.

A corretora celebra o mergulho como uma paixão que também salvou a sua própria vida: “mergulhar ou exercer atividades ligadas ao mergulho me traz equilíbrio emocional, neste mundo corrido e burocrático."

Das lições que a atividade já lhe trouxe, ela ressalta que se deve valorizar o simples, as coisas pequenas e não deixar que o "depois" prevaleça em nenhuma situação. Quanto aos trabalhos de resgate, ela esclarece que “apenas estávamos no lugar certo e na hora certa. Deus faz os caminhos e ficamos felizes e gratos por ajudar.”