“Nos tornamos um país de desconfiados”

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 18/08/2018


Essa constatação fez parte do ponto de vista que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo, Marcos da Costa, expôs, no decorrer de sua palestra, ministrada na sede do CRECISP, na última semana.

Costa atendeu ao convite da Câmara dos Profissionais Registrados em Conselhos e Ordens e falou sobre Ética nos Conselhos de Fiscalização Profissional. O presidente da OAB-SP comentou que, em função dos inúmeros casos de corrupção que se acumulam nos noticiários do País, os brasileiros passam por uma verdadeira crise de confiança nas instituições.

“Os problemas da economia do País têm como pano de fundo a crise ética que a Nação atravessa. E todos nós temos uma parcela de responsabilidade nisso. Não há convivência em sociedade se não houver ética, porque não há confiança. E isso não somente no que diz respeito ao lado profissional, mas em qualquer relação que vivenciarmos.”

O advogado ressaltou que, em outros países, em geral, o controle disciplinar das profissões é de responsabilidade do Poder Judiciário, o que acaba dando uma velocidade menor às punições, quando necessário. No Brasil, no entanto, a existência dos Conselhos dá consistência à fiscalização, preservando a imagem dos profissionais à medida em que se aplica a legislação mais rapidamente, punindo aqueles que não exercem a atividade de forma ética.

“É importante que a sociedade tenha conhecimento que os nossos Conselhos fiscalizam e punem, porque, quando houver necessidade do trabalho de um profissional, as pessoas terão tranquilidade ao saberem que ele está sendo devidamente fiscalizado.”

A diretoria do CRECISP prestigiou o encontro. Compuseram a mesa de trabalhos o presidente em exercício, Jaime Tomaz Ramos; o vice-presidente, Gilberto Yogui; os diretores, Arthur Boiajian e Isaura dos Santos; ao lado do presidente do CRECI-MG, Newton Marques Barbosa Júnior, e do presidente em exercício do Cofeci, José Augusto Viana Neto.

Também presidente da Câmara dos Profissionais, Viana comentou que é fundamental que as entidades assumam seu papel perante os profissionais, cobrando posturas éticas e estabelecendo padrões de comportamento pautados pelo respeito. “Não podemos permitir que o Código de Ética seja colocado em uma gaveta e que, em nome de uma suposta liberdade de expressão, se denigra a imagem das instituições e das categorias por elas representadas.”

Também compareceram representantes dos Conselhos de Administração, Biologia, Educação Física, Medicina Veterinária, Representantes Comerciais, Química, Técnicos em Radiologia, Odontologia, Contabilidade, Arquitetura e Urbanismo, Relações Públicas, Biomedicina e Psicologia.