Pesquisa estadual: Venda e locação fecham outubro no azul

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 06/01/2018

Com um crescimento de 3,04% nas vendas e de 4,4% nas locações, o mês de outubro confirmou um novo fôlego no setor imobiliário paulista.

Segundo a pesquisa CRECISP, os números reforçam a tendência de reação positiva no mercado de imóveis usados residenciais em todo o Estado de São Paulo.

E ao longo dos 10 primeiros meses de 2017, os resultados também são animadores: altas acumuladas de 19,65% e de 21,7%, nas vendas e locações, respectivamente. 

Os compradores optaram, em sua maioria, por imóveis usados na faixa de até R$ 300 mil. E os inquilinos buscaram valores que não ultrapassassem os R$ 1 mil mensais.

A pesquisa do CRECISP foi feita com 997 imobiliárias de 37 cidades e demonstrou que estes valores de venda e locação tendem a marcar o ano como padrão de preferência de compradores e novos inquilinos. “É o que está cabendo no bolso da maioria da população do Estado”, afirmou José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP.  Ele disse que os resultados das pesquisas mostram um “evidente descasamento” no comportamento dos mercados de construção e de imóveis usados, com consequências negativas no futuro, como aumento de preço por escassez de oferta.

“Os imóveis vendidos na planta apresentam-se deslocados em relação ao padrão de preço dominante no segmento de imóveis usados quando se constata que, na Capital, apartamentos recém-lançados para construção em três anos com pouco mais de 50 metros quadrados a até 80 metros quadrados estão sendo vendidos por preços entre R$ 600 mil e R$ 800 mil”, comparou Viana.

O presidente do CRECISP argumentou que essas faixas de preços mais elevadas podem atender a determinados segmentos da classe média “que estão sendo praticamente induzidos a trocar espaço por preço”, mas deixam de fora a maioria da população que busca ter sua casa própria. “Investidores que tenham visão mais acurada, especialmente estrangeiros com recursos disponíveis, deveriam enxergar nesse hiato a oportunidade de ganhar muito dinheiro com a construção massiva de imóveis mais baratos tanto para vender quanto para alugar”, ponderou o presidente.