Caixa poderá reestruturar a taxa de financiamento

O crédito habitacional, principal linha de crédito da Caixa Econômica, atingiu saldo de R$ 406,1 bilhões e evolução de 5,6% em 12 meses, o que representa 67% do mercado. As contratações somaram R$ 81,8 bilhões no ano, dos quais R$ 62,9 bilhões com recursos do FGTS, incluindo subsídios, e R$ 17,6 bilhões com recursos do CAIXA/SBPE, além de R$ 1,3 bilhão com outros recursos. As informações foram divulgadas com o balanço de 2016 da instituição, nesta terça-feira, em São Paulo. Em 2016, a Caixa registrou um lucro líquido de R$ 4,1 bilhões. No ano anterior, os ganhos tinham alcançado R$ 7,2 bilhões. A queda foi de 43% de um ano para o outro. O banco atribui o resultado à `recessão econômica´. Só no quarto trimestre de 2016, o banco teve lucro líquido de R$ 691 milhões. Com a queda da taxa básica de juros Selic, a Caixa poderá reestruturar a taxa de financiamento. O banco prevê a retomada de demanda imobiliária com maior captação da poupança. A Caixa tem orçamento preliminar de R$ 80,8 bilhões para habitação este ano, mas que pode aumentar dependendo de decisão do Conselho Curador do FGTS. No ano passado foi de R$ 90 bilhões, sendo que foram usados R$ 81,8 bilhões, garantindo 620 mil unidades contratadas em 2016, segundo Nelson Antônio de Souza, vice-presidente de Habitação da Caixa. Segundo o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, independentemente dos saques do FGTS e da alteração das linhas de crédito no programa Minha Casa Minha Vida, o FGTS tem funding (recursos) suficiente para atender a todas as demandas. Ele diz que com a redução da taxa Selic para 12,25%, a retomada da captação líquida da poupança poderá alavancar as operações de crédito no setor. `Com redução da taxa Selic há retomada da captação líquida da poupança e a Caixa pode reestruturar uma nova taxa de juros, mas aguardamos como o reflexo da taxa Selic poderá impactar na captação líquida da poupança´, diz. Segundo Occhi, a Caixa tem 67% do crédito do mercado imobiliário brasileiro, e ele prevê que o mercado de crédito terá uma retomada pela demanda como consequência do aumento dos depósitos da poupança. Em São Paulo, segundo Occhi, haverá uma série de investimentos em parceria para crédito habitacional. Entre as iniciativas está a comercialização das unidades financiadas pelos corretores e o banco fazendo o pagamento da taxa de corretagem. Além disso, a Caixa não estuda o aumento da cota de financiamento, mas melhores taxas para financiamento. Cerca de 24 mil unidades que foram retomadas já podem ser vendidas de forma direta pelos corretores no país, após passarem por leilões da Caixa, destacou Souza. Com informações da Caixa Econômica.