Incluir os imóveis usados no programa Minha Casa Minha Vida tem sido uma bandeira defendida veementemente pelos corretores de São Paulo. Desde a primeira fase do programa, o CRECISP vem buscando alternativas e encaminhando propostas ao governo, no sentido de promover essa inclusão e, assim, poder beneficiar um número muito maior de famílias que ainda não conseguiram realizar o sonho da casa própria. Em linha com esse trabalho, o Conselho participou da organização do seminário "Inclusão e melhoria de imóveis existentes no programa Minha Casa, Minha Vida", juntamente com o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, a Federação Nacional dos Engenheiros e de diversas entidades populares em defesa da moradia. O evento foi realizado no último dia 18 de agosto e contou com a presença de representantes das três esferas de governo que se propuseram a discutir com os líderes dos movimentos populares e com as entidades organizadoras as melhores saídas para esse impasse. A mesa de trabalhos contou com nomes como os de Benedito Barbosa (movimentos populares), Valter Frigieri Jr. (Clube da Reforma), Mirna Quinderé Belmino Chaves (Ministério das Cidades), Reinaldo Iapequino (Casa Paulista), Ricardo Pereira Leite (Secretaria Municipal de Habitação), Raul Carrion (Deputado estadual) e José Augusto Viana Neto (CRECISP), dentre vários outros que expressaram seus pontos de vista durante o seminário. Dentre os pontos principais discutidos, questões como a dificuldade de acesso ao crédito por parte da população mais carente, a inadequação de muitos imóveis vagos à utilização residencial e a falta de condições para a produção de novas unidades voltadas à primeira faixa de renda do MCMV compuseram a pauta do evento. Um tópico importante abordado diz respeito ao fato de o Programa já prever a requalificação dos imóveis usados, embora pouco se tenha falado sobre isso. "Isso está na Lei do MCMV e ninguém enfatiza", comentou o deputado Raul Carrion. Já o presidente do CRECISP colocou a entidade ao lado dos interesses da população, fiscalizando a comercialização dos imóveis enquadrados no Programa do governo e buscando soluções para o problema da moradia no País. "Nós defendemos essa bandeira do imóvel usado no MCMV até porque é uma bandeira que não tem dono. Não existe nenhuma organização no Brasil que cuide da comercialização de imóveis usados. No imóvel usado, cada propriedade é de um proprietário. Além disso, o MCMV, a princípio, foi criado para resolver um problema econômico do país e ajudou muito. Mas o problema de atender aquele carente que necessita de moradia é a consequência do problema econômico, e temos que enxergar isso de maneira diferente. Temos que resolver o problema da habitação e, consequentemente, estaremos desenvolvendo um programa de ordem econômica. Mas colocar o empresário na frente da necessidade daquele que está sem casa para morar é muito cruel e acho que a sociedade brasileira não pode permitir. Nós não podemos deixar que um programa tão bom quanto esse passe tanto tempo sem atender as necessidades dessas famílias."