Na Capital, vendas caem e locações ficam estáveis em janeiro

Texto veiculado no jornal O Estado de São Paulo dia 04/03/2017

Segundo a pesquisa CRECISP sobre o comportamento do mercado de imóveis usados na cidade de São Paulo, em janeiro, as vendas caíram 43,02% na comparação com dezembro, mês em que as imobiliárias pesquisadas pelo Conselho haviam registrado crescimento de 18,07% sobre novembro, fechando 2016 com expansão acumulada de 74%. O presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, lembra que as férias de janeiro sempre impactam negativamente as vendas de imóveis usados, mas, por outro lado, favorecem o mercado de locação. Ele explica que "muitas famílias aproveitam as férias escolares e do trabalho para se mudar, estudantes que passaram em vestibulares vêm para a Capital e precisam alugar e empresas costumam realocar nesse mês executivos e diretores, o que aumenta a procura e aquece o mercado." Foi isso que a pesquisa feita com 299 imobiliárias da Capital registrou em janeiro. O número de casas e apartamentos alugados foi 0,52% maior que o de dezembro, que registrou queda de 3,96% em comparação com novembro. "Quanto mais caro e difícil o acesso à casa própria, independentemente de férias e folgas, mais a locação tende a crescer, mas num ritmo mais contido por causa do desemprego e da perda de poder aquisitivo das famílias", resume Viana Neto. Em 2016, segundo as pesquisas do CRECISP mostraram, o mercado de locação residencial da Capital acumulou saldo positivo de 22,41%. "Investir em imóvel para alugar continua sendo uma opção muito interessante, desde que se escolha o imóvel certo, no lugar certo e se peça um aluguel ajustado ao bolso dos potenciais inquilinos", pondera Viana Neto. Quem alugou imóvel em janeiro na Capital conseguiu um valor em média 7,29% menor que o dezembro, segundo apurou a pesquisa do CRECISP com 299 imobiliárias. Elas alugaram um total de imóveis 0,52% maior que o de dezembro, dos quais 56,21% eram apartamentos e 43,79% eram casas. Mais da metade das novas locações (52,74%) vai custar aos inquilinos até R$ 1.200,00 mensais, com a maioria deles (45,11%) tendo o fiador pessoa física como o garantidor dos pagamentos em caso de inadimplência dos inquilinos. As outras formas de garantia aceitas pelos donos dos imóveis foram o depósito de três meses do aluguel (32,58%), o seguro de fiança (15,63%), a caução de imóveis (5,61%), a cessão fiduciária (0,6%) e a locação feita sem garantia (0,48%).