Texto veiculado no jornal O Estado de São Paulo dia 21/01/2017
As vendas de imóveis usados e a locação de casas e apartamentos cresceram pelo segundo mês consecutivo no Estado de São Paulo, o que fez com que esses dois segmentos do mercado imobiliário acumulassem alta superior a 30% entre janeiro e novembro do ano passado. A pesquisa feita CRECISP com 1.068 imobiliárias de 37 cidades apurou alta de 9,85% nas vendas de imóveis usados em novembro comparado a outubro. De janeiro a novembro, o aumento acumulado é de 36,18%. Já o tendência, esses dois mercados terão passado incólumes pela crise que atingiu a maioria dos setores em 2016``, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. Confirmados os resultados positivos, ainda que em percentual menor que os de novembro, ele vê motivos para ser otimista quanto a 2017. ``A inflação perdeu impulso e o Banco Central já avisou que ela continuará em queda, os juros entraram em curva descendente e alguns dos ajustes estruturais dos gastos públicos começam a ser implantados. Reformas importantes, como a da Previdência, devem ser aprovadas neste primeiro semestre``, enumera Viana Neto. Ele acredita que esse conjunto de medidas ``está contribuindo para reverter o clima de pessimismo e restaurar parte da confiança perdida dos investidores nos últimos dois anos, o que vai naturalmente favorecer a retomada do crescimento e beneficiar também o mercado imobiliário``. O presidente do CRECISP defende que o governo federal adote medidas mais diretas de enfrentamento da crise de desemprego, ``com mutirões e outros programas que garantam ocupação decente e renda mínima``, e se empenhe também na redução dos juros dos financiamentos imobiliários para ajudar os que estão empregados. ``O crédito mais barato é essencial para mover mais rapidamente todo o complexo da indústria imobiliária e a cadeia produtiva que vai da indústria cimenteira e grandes incorporadoras aos pedreiros e pintores que se ocupam da reforma e conservação de imóveis usados ou alugados``, destaca Viana Neto. Mais da metade das vendas realizadas em novembro pelas imobiliárias consultadas - 55,08% - foi feita com financiamento bancário. Foram vendidos à vista 39,21% e 5,21% trocaram de dono mediante pagamento parcelado bancado pelos proprietários. Os consórcios tiveram participação de apenas 0,5% no conjunto das vendas. Segundo a pesquisa CRECISP, o crescimento das vendas em novembro foi puxado por duas das quatro regiões que compõem a pesquisa: o Litoral (+ 11,45% sobre outubro) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (+ 50,26%). Na Capital houve queda de 7,11% e no Interior, de 8,78%. Casas e apartamentos com aluguel mensal de até R$ 1.000,00 representaram 51,86% das novas locações contratadas em novembro nas 37 cidades pesquisadas pelo CRECISP. Foram 55,25% do total das locações em casas e 44,75% em apartamentos. O fiador foi a forma de fiança mais utilizada nos contratos de locação, presente em 55,75% deles. As outras foram o depósito de três meses do aluguel (17,89%), o seguro de fiança (14,5%), a caução de imóveis (8,71%), a cessão fiduciária (2,11%) e a locação sem garantia (1,04%). Os donos dos imóveis mantiveram praticamente estáveis os descontos concedidos sobre os valores originais dos aluguéis. Nos bairros nobres, o desconto aumentou 0,48% (de 10,37% em outubro para 10,42% em novembro); nos bairros centrais a alta foi de 4,74% (de 11,17% para 11,7%); e nos bairros de periferia o desconto médio diminuiu 4,99% (de 11,23% para 10,67%). Esta e outras pesquisas do Conselho estão disponíveis no link: www.crecisp.gov.br/pesquisas/pesquisa.asp
