Moradia deve ser questão prioritária

Na última semana, o CRECISP divulgou os resultados da pesquisa de venda e locação de imóveis na cidade de São Paulo, relativos a novembro de 2012. Embora os índices não tenham sido positivos - apresentando queda de 8,83% no número de imóveis vendidos e de 0,48% nos alugueis na comparação com outubro - o saldo dos onze meses ainda reflete o otimismo do setor. De janeiro a novembro do ano passado, houve um aumento de 2,28% no segmento de venda de usados e o total de novas locações registrou um crescimento de 26,47%. Na semana em que a cidade completa 459 anos, também repercutiu a notícia da intenção do governo municipal de investir mais em habitação. O objetivo é criar 55 mil novas unidades habitacionais em quatro anos, através de parcerias no âmbito federal e estadual. Segundo as notícias divulgadas pela imprensa, a prefeitura espera atender as reivindicações dos principais movimentos populares, evitando confrontos através da mediação e do diálogo constantes. Sem sombra de dúvida, a informação é muito bem-vinda, pois a questão da moradia deve ser prioridade, especialmente em um município como São Paulo, cuja população se encaixa nas mais variadas faixas de renda, nos mais diversos níveis econômicos e sócio-culturais. Um dado importante da pesquisa CRECISP demonstra que mais de 73% do total de imóveis negociados em novembro tinham preços acima de R$ 200 mil - e essa tem sido a média mensal. Daí se conclui que o mercado de usados ainda não está conseguindo suprir de maneira eficiente a demanda das famílias paulistanas menos favorecidas. ``Aqueles que se enquadram nas menores faixas de renda precisam receber benefícios que possibilitem a aquisição da casa própria sem que isso pese sobremaneira no orçamento familiar``, comentou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto. O CRECISP apóia a inclusão dos imóveis usados no Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Segundo Viana, o MCMV não deveria ser unicamente uma forma para impulsionar a produção de novas unidades e incentivar a economia do País. ``Temos milhares de casas e apartamentos vagos, não apenas na cidade de São Paulo, como também no País, contamos com um programa de subsídios já estruturado pelo governo e, somado a isso, a dura realidade das famílias que não conseguem adquirir suas residências. Frente a esse cenário, nada mais justo que adequar o MCMV para atender também a essa parcela da população.``