Na semana que antecedeu ao Carnaval, o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, entrou em contato, através de ofício, com a Presidenta Dilma Rousseff, com o objetivo de expor, novamente, o posicionamento dos corretores de imóveis de São Paulo em relação ao Programa Minha Casa, Minha Vida. A ideia surgiu a partir de um pronunciamento da própria presidenta a um jornal de renome, no qual ela afirmava que o Programa é a "estratégia central de garantia para que as famílias de baixa renda conquistem o sonho da casa própria". Viana partiu da premissa de que é impossível assegurar essa conquista enquanto o governo não mudar a estratégia do MCMV, de forma a beneficiar, efetivamente, todas as faixas de renda da população a que o Programa se propõe. O presidente afirmou que a categoria de corretores está otimista por perceber o empenho do governo no aprimoramento contínuo das ações habitacionais. No entanto, Viana disse não acreditar que a solução para o déficit de moradias do País passe, unicamente, pelas mãos e pranchetas das construtoras. Segundo o ofício enviado à Dilma, enquanto as incorporadoras mantiverem suas reivindicações de aumento no teto dos financiamentos, alegando preços exorbitantes de terrenos - em especial nas grandes cidades -, mão-de-obra e material caros, serão necessárias várias revisões no Minha Casa, Minha Vida até que se obtenham resultados favoráveis à população que realmente precisa de um lar digno para viver. Viana reiterou a intenção do CRECISP de discutir uma possível inclusão dos imóveis usados nos benefícios do Programa e se colocou à disposição da presidenta, para detalhar a proposta. "Tenho plena convicção de que somente a livre concorrência dos preços dos imóveis usados pode evitar uma alta nos valores dos imóveis novos. E não há como negar que a comercialização dessas propriedades também contribui para a geração de emprego e renda, à medida que favorece a aquisição de um imóvel novo por aqueles que negociaram um usado." Comentando o assunto, Viana se disse preocupado com as notícias que têm sido veiculadas dando conta de que os imóveis que estão sendo entregues pelo MCMV apresentam problemas. "É inaceitável que a população mais carente, além de esperar pela construção de suas casas, as receba inacabadas. Fomos informados de casos em que serão necessárias ampliações imediatas, pois a área construída é minúscula e mal comporta os móveis de uma família. E o acabamento desses imóveis também deixa a desejar, com portas e janelas frágeis e inadequadas, nem sempre bem fixadas. Isso sem mencionar a questão da infraestrutura da região, haja vista que muitos conjuntos são erguidos em bairros distantes de escolas, praças e unidades de saúde. Será que essa gente já não sofreu o suficiente? Não seria mais viável a adequação dos tantos imóveis usados vagos que o País possui a essa parcela da população? O pronto atendimento dessas famílias é a nossa principal bandeira e é isso que buscamos na nossa tentativa de sensibilizar o Governo para a causa." Fiscalização Ainda tratando do Programa Minha Casa, Minha Vida, a Caixa confirmou seu interesse em manter o Acordo de Cooperação Operacional firmado com o Sistema Cofeci/CRECI. Com a prorrogação dessa parceria, os agentes fiscais dos Conselhos continuarão verificando os plantões de vendas de empreendimentos que se enquadram no MCMV a fim de detectar possíveis irregularidades na comercialização desses imóveis, especialmente no que tange ao valor de venda dessas propriedades.