Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 09/11/2024
Dois índices positivos foram registrados em Setembro pela Pesquisa CRECISP feita com imobiliárias de todo o Estado de SP. Na comparação com agosto, houve alta de 2,02% nas vendas e de 4,63% nas locações de casas e apartamentos residenciais usados.
O levantamento trouxe fôlego, em especial, ao segmento de vendas, que há 3 meses, vinha enfrentando quedas seguidas no volume de transações realizadas. Já as locações se mantiveram em alta, após o percentual positivo de 16,24% registrado em agosto.
O presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, analisou com cautela os dados obtidos pela pesquisa, haja vista que a alta taxa de juros não vem estimulando novos compradores a se aventurarem no financiamento imobiliário. “Além disso, as mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, também colocaram o mercado em uma situação difícil, por conta do percentual financiado que está variando apenas entre 50% e 70% do valor do imóvel.”
Segundo o levantamento, feito com 2.132 imobiliárias de todo o Estado, foram vendidas mais casas (63%) que apartamentos (37%) nas cidades paulistas consultadas. Os compradores buscaram, preferencialmente, por imóveis na faixa de preço entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, financiados pela CAIXA (36%).
Tanto os negócios feitos à vista como os parcelados diretamente pelos proprietários responderam por cerca de 22% do total negociado. Os demais bancos públicos e privados ficaram com uma fatia correspondente a 16% dos negócios fechados em setembro. Os imóveis mais vendidos nesse período tinham 2 dormitórios e uma área útil variando entre 50 m² e 100 m². 45,9% dessas propriedades estavam situadas na periferia das cidades consultadas pela Pesquisa.
Também cresceu o volume de casas e apartamentos alugados em setembro na comparação com agosto. Segundo as imobiliárias que participaram da Pesquisa, houve um aumento de 4,63% em relação ao mês anterior. A maioria dos inquilinos procurou por imóveis com aluguel até R$ 1.000 (29,6%) e 53,2% das propriedades alugadas estavam situadas na periferia.
A preferência desses novos locatários foi pelo fiador como garantia locatícia. Eles estavam presentes em 36,6% dos novos contratos de aluguel. Na sequência, vieram: o seguro fiança (30,2%) e o depósito caução, com 26,4%.
Em 32,2% dos cancelamentos de contratos de aluguel ocorridos em setembro, os inquilinos não informaram o motivo da mudança; 39,8% deles optaram por imóveis com aluguel mais barato e 28% para aluguéis mais caros. Os locatários escolheram, em sua maioria, casas e apartamentos para alugar com 2 dormitórios e área útil entre 50 e 100 m².