O responsável pelo inquérito, delegado Evandro L. M. Lemos, entrou em contato com o CRECISP após constatar a participação daquelas que ele chama de “imobiliárias do crime”, ou seja, empresas de fachada, criadas para intermediar essas negociações e promover o desmatamento dessa que é uma área de Mata Atlântica do estado.
Na última semana, uma equipe de analistas de conformidade do Conselho acompanhou uma operação desse Departamento, com o intuito de autuar os responsáveis pelo exercício ilegal da profissão e coibir essa prática criminosa.
De acordo com o delegado, mais de 850 lotes estão sendo comercializados ilegalmente, representando um total aproximado de R$ 80 milhões. “Uma média de 500 pessoas com certeza já foram enganadas”, afirmou. “As pessoas pensam em comprar o lote para ter o sonho realizado. O sonho da casa própria. E os criminosos se beneficiam disso, fazendo com que as pessoas acreditem, através de placas falsas, de anúncios, que o projeto já existe e que serão entregues de forma regular no final da obra, uma coisa que não é verdade. E os coitados que têm boa intenção, entregam carros, parcelam, fazem autofinanciamento com os próprios bandidos que, até em 12 vezes, cobram de R$ 25 mil a R$ 80 mil por lote.”
Na ação realizada com o CRECISP, a polícia conseguiu apreender documentos, mas os responsáveis pelo escritório onde os lotes eram comercializados haviam abandonado o local às pressas, antes da chegada da equipe de investigação.
Mesmo assim, nove envolvidos já foram autuados anteriormente, e a polícia acredita no envolvimento de outras 30 pessoas. “Nosso procedimento está sob sigilo absoluto, mas, em breve, todos os nomes serão colocados em pauta porque já há bastante e farta documentação a respeito. Todos eles serão presos e, provavelmente em um mês no máximo, todos estarão com os nomes no rol dos culpados.”
O presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, parabenizou a polícia e a equipe do Conselho pela operação realizada. “Não podemos permitir que falsos corretores se apropriem de altas quantias de dinheiro e enganem a população, causando ainda um grande prejuízo ambiental, sem que haja punição. O CRECISP, dentro de suas competências, vai continuar agindo com firmeza para coibir essas práticas criminosas.”