Golpe faz casal perder todas as economias


O sonho de morar no litoral de São Paulo tornou-se pesadelo por conta de um golpe imobiliário. O casal Rilavia Soares e Enivaldo Braz, do interior do estado, decidiu vender seus bens e largar o emprego para comprar uma casa na praia com espaço suficiente para montar um hostel e receber turistas.

A procura por imóveis pela internet os colocou em contato com uma pseudocorretora que se identificou como Alana. Ela apresentou ao casal uma casa, na cidade de Itanhaém, anunciada por R$ 90 mil. A partir daí e entusiasmados com o imóvel, Rilavia e Enivaldo negociaram com Alana por dois meses, até chegarem a um valor e a uma forma de pagamento que poderiam custear.

Segundo o casal, em nenhum momento surgiu alguma desconfiança sobre a veracidade do negócio, até pela gentileza e atenção com que foram tratados pela falsa corretora. Rilavia e Enivaldo chegaram até a pedir o creci para a mulher, mas foram informados que ela não poderia passar, pois não estava autorizada.

Alana acertou, também, com o casal uma visita ao imóvel, ocasião em que eles conheceram o suposto chefe da pseudocorretora, Fernando. O imóvel foi aberto e apresentado com todos os detalhes, inclusive com as pequenas reformas que seriam necessárias. Tudo muito bem engendrado para que não houvesse nenhuma desconfiança de que se tratava de um golpe.

Os falsos corretores concordaram, então, com a oferta do casal de pagar R$ 55 mil pela casa, à vista, via depósito bancário ao suposto proprietário, mesmo alegando que iriam perder os honorários de corretagem com o desconto oferecido. Inocentes, Rilavia e Enivaldo comunicaram que iriam acertar a comissão por fora, para que os supostos corretores não saíssem prejudicados.

Dias depois de fechar o negócio, todos foram ao cartório para registrar os documentos e lá conversaram com a pessoa que se dizia dona do imóvel. O casal acertou, então, que o dinheiro fosse depositado na conta de uma sobrinha do proprietário.

Depois de retornarem ao interior, Rilavia e Enivaldo buscaram o contato com Alana, que passou a não atende-los mais por telefone. Mesmo assim, o casal continuou com os planos, e providenciou a mudança para Itanhaém. Chegaram na casa, mas a chave que tinham recebido não abria o portão. Enquanto providenciavam um chaveiro, os vizinhos chamaram a polícia, avisando que a casa estaria sendo invadida.

Foi nesse momento que o casal se deu conta de que havia caída em um golpe. Na presença do real proprietário do imóvel, Rilavia e Enivaldo foram à delegacia para registrar a ocorrência de estelionato, desesperados por terem perdido tudo o que tinham.

Enquanto aguarda as investigações policiais, o casal busca, pela internet, arrecadar uma verba para tentar se reerguer. “Algo assim abala tanto que ficamos sem rumo, sem saber por onde recomeçar”, afirmou Nayara Soares Pina, filha do casal.