Conselho alerta para cautelas nas transações imobiliárias

Texto veiculado no jornal O Estado de São Paulo dia 09/07/2016

Imagine um proprietário decidir alugar seu imóvel sem a assessoria de um corretor e descobrir que sua propriedade foi utilizada como célula para o planejamento de um grande assalto! Foi exatamente isso que ocorreu na última semana, em Ribeirão Preto, com uma família dona de uma chácara usada como núcleo por uma quadrilha que assaltou uma grande transportadora de valores da cidade. Os locadores não desconfiaram de nada e só se deram conta quando viram a polícia no local e encontraram o imóvel em total desordem, com materiais explosivos, roupas de camuflagem, toucas, luvas e munição de diversos calibres. Além disso, a vizinhança também relatou que os assaltantes promoveram festas regadas a muita bebida, música e garotas de programa antes do crime. Os contatos com os donos da chácara foram feitos através de celular e o pagamento da locação foi em dinheiro. Os pretensos inquilinos haviam relatado que parentes seus ficariam ali hospedados para conhecerem a região. A matéria, amplamente divulgada pelos veículos de comunicação, demonstra os riscos que correm aqueles que optam por negociar seus imóveis sem a assessoria e orientação de profissionais. A inexperiência, nesse caso, levou ao descuido na verificação da documentação dos locatários, na falta de exigência de garantias, na negociação feita pelo celular. A falsa ideia de que se conseguiria uma economia com a locação direta proporcionou um prejuízo muito maior, tanto material quanto moral. Os donos dessa chácara, certamente, terão que arcar com os estragos promovidos pela quadrilha, com a fama ruim que o imóvel ganhou após o episódio, sem mencionar o risco que correram ao abrigar bandidos em sua propriedade. Se tivessem optado pela locação por intermédio de um corretor, muito provavelmente esse negócio não teria sido concluído, devido à prévia verificação de idoneidade dos interessados promovida por esse profissional. Além disso, os proprietários não estariam sujeitos a um possível reconhecimento na polícia, caso os assaltantes sejam presos. "O caso é típico e serve muito bem para ilustrar os perigos que estão implícitos em uma negociação feita por pessoas que não estão gabaritadas para tal. Somente um corretor se preocuparia com todos os detalhes técnicos da transação, e poderia proporcionar a tranquilidade necessária às partes envolvidas", comentou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto.